quinta-feira, 5 de março de 2009

Amo-te Lisboa

Estava sentado no Amo-te Lisboa a beber um café. Já era noite. Os carros ainda a libertar-se da confusão do final de tarde no centro da cidade. A estação do Rossio já iluminada. Pensamentos confusos. Café lento, o quarto ou quinto do dia. Frio bom da rua. Atrás de mim dois actores, antes do ensaio geral, falavam dos seus desamores. Ele dizia que estava mais calmo, ela dizia-lhe que assim é que era que, mais cedo ou mais tarde, a tal iria aparecer. Eu confuso; eu e o meu café. Minutos depois passa um rapaz, visivelmente eufórico, senta-se na escada, ali bem perto, como a procurar um refugio para continuar uma conversa que já se arrastava há tempo pelo telemóvel. É ali sentado que o oiço a esbracejar para o outro lado: “já não tenho mais paciência para essa tuas coisas”... “depois falamos”, desligou e foi embora.
Termino o café. Já são horas de começar o ensaio. Fecho o livro que nem sequer li. Encontro-me com os suspeitos habituais no hall do teatro. O mundo lá fora continua a rodar entre amores e desamores. Por aqui: improvisa-se.

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